Facção impõe terror e provedora de internet fecha no Ceará

Publicado em 20 de março de 2025 às 11:59

Mais de 90% dos clientes ficam sem conexão em algumas cidades

Empresa foi alvo de incêndio em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza / Crédito: Reprodução/O POVO

 

O Ceará se vê cada vez mais refém da ação de facções criminosas que impõem sua própria lei, minando a presença do Estado e ameaçando o setor produtivo.

Desta vez, o alvo foi a GPX Telecom, provedora de internet em Caucaia, que anunciou o encerramento das atividades após um ataque devastador de criminosos.

“Em menos de 20 minutos, atos de vandalismo destruíram tudo o que construímos com tanto esforço e comprometimento, levando-nos a tomar a difícil decisão de encerrar nossas operações”, declarou a empresa em nota oficial.

Os ataques contra provedores de internet no Ceará se intensificaram desde fevereiro.

Facções criminosas exigem pagamentos das operadoras para permitir a continuidade do serviço e promovem retaliações brutais contra aquelas que se recusam a ceder à extorsão.

Terror contra o setor de telecomunicações

Fortaleza e cidades vizinhas enfrentam uma onda de violência direcionada a provedores de internet.

Relatos apontam ataques sistemáticos, incluindo cortes de cabos, incêndio de veículos e disparos contra sedes das empresas.

A GPX Telecom é apenas a mais recente vítima dessa guerra silenciosa.

Em Caridade, município de pouco mais de 22 mil habitantes, a destruição da infraestrutura de internet deixou 90% dos clientes sem conexão.

A ação das facções não se limita à sabotagem.

Empresas são coagidas a pagar uma espécie de “pedágio” ao crime organizado, garantindo que possam operar sem sofrer represálias.

Quem resiste, como a GPX Telecom, se torna alvo da violência.

Diante da escalada dos ataques, o governador Elmano de Freitas anunciou a criação de um grupo especial para investigar os crimes.

Até o momento, 17 suspeitos foram presos.

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