Fux pede vista em julgamento de Débora Rodrigues

Publicado em 24 de março de 2025 às 12:11

Ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, pediu uma pena de 14 anos de prisão para mulher que manchou estátua da Justiça com batom

Débora Rodrigues ao lado de sua família. Foto: Reprodução

 

O julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, acusada de pichar a estátua "A Justiça" em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) com a frase "Perdeu, mané", foi suspenso nesta segunda-feira (24) pelo ministro Luiz Fux, que pediu vista do processo.

A análise, em curso no plenário virtual desde sexta-feira (21), tinha um placar de 2 a 0 pela condenação até a interrupção.

O pedido adia a decisão sobre o caso, que envolve a cabeleireira presa desde março de 2023 por sua participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, deixando o desfecho sem previsão.

Mãe de dois filhos pequenos, de 6 e 9 anos, Débora viu sua família ser profundamente afetada por sua prisão. A ausência prolongada da mãe mudou a rotina das crianças, que, segundo relatos de familiares, precisaram iniciar acompanhamento terapêutico para lidar com a separação.

Cláudia Rodrigues, irmã de Débora, descreveu o impacto emocional, afirmando que as crianças sentem falta da mãe e que a distância tem gerado tristeza e instabilidade no lar.

O marido de Débora, responsável agora por cuidar sozinho dos filhos, enfrenta dificuldades para conciliar trabalho e a criação das crianças, enquanto a família luta para manter a esperança de uma resolução favorável.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Débora de cinco crimes, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, relacionados aos eventos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, propôs uma pena de 14 anos de prisão em regime inicial fechado, além de R$ 30 milhões em danos morais, voto acompanhado por Flávio Dino.

Presas há mais de dois anos, Débora está atualmente no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, a cerca de uma hora de sua casa em Paulínia (SP).

A família sente o peso da distância, agravado por uma transferência anterior para Tremembé, que dificultou ainda mais as visitas.

A defesa argumenta que ela não entrou nas sedes dos Três Poderes e pede a absolvição, questionando a competência do STF e a proporcionalidade da denúncia.

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