Com organização de Silas Malafaia, evento pediu anistia e "volta, Bolsonaro"; impeachment de Lula ficou de fora da pauta
Ato de 16 de março em Copacabana. Foto: Poder 360
Após um longo período sem grandes mobilizações, os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram às ruas neste domingo (16) em um ato realizado na Praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.
Organizado pelo pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o evento reuniu milhares de pessoas e teve como principal bandeira a defesa da anistia para os presos políticos do 8 de janeiro de 2023.
O ato, que também contou com a presença de aliados políticos de Bolsonaro, como o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi marcado por clamores de "volta, Bolsonaro".
Bolsonaro, que chegou ao local por volta das 10h, subiu em um trio elétrico e discursou para a multidão, reiterando seu apoio à anistia e negando as acusações de tentativa de golpe de Estado, pelas quais foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em fevereiro deste ano.
“Não vou sair do Brasil. Sou um problema vivo, preso ou morto”, declarou o ex-presidente.
Contexto e pautas
A mobilização ocorre em um momento delicado para Bolsonaro, que enfrenta a possibilidade de se tornar réu no STF.
O julgamento da denúncia da PGR está marcado para os dias 25 e 26 de março, o que eleva a pressão sobre o ex-presidente e seus aliados.
Embora o impeachment de Lula tenha sido discutido por alguns setores da oposição, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), a pauta foi rapidamente descartada por Bolsonaro e Silas Malafaia.
Como resultado, tanto Nikolas quanto os demais líderes presentes aceitaram não abordar o tema durante seus discursos
Bolsonaro discursa para público em Copacabana. Foto: Reprodução
Estimativas de público
As estimativas de público variaram amplamente.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) afirmou que mais de 400 mil pessoas compareceram, enquanto pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) calcularam 18,3 mil no ápice do evento, com base em análise de imagens aéreas.
Já o Poder360 estimou que o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 16 de março de 2025, reuniu cerca de 26 mil pessoas no seu momento de pico, entre 11h30 e 12h30, durante o discurso de Bolsonaro.
Organizadores, que esperavam até 1 milhão de participantes, celebraram o ato como uma demonstração de força, mas críticos apontaram que o número ficou aquém das expectativas, especialmente se comparado a atos anteriores, como o de 7 de setembro de 2022, também em Copacabana.
Valdemar Costa Neto, recém-liberado por Moraes para retomar contatos com o ex-presidente, discursou prometendo que Bolsonaro será candidato em 2026, apesar de sua inelegibilidade até 2030, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por acusação de abuso de poder nas últimas eleições.
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